Que o mundo se rasgue em dobras,
abra costuras de vento e enxofre,
revire-se como um ventre sem dono.
Que o tempo trague os seus relógios,
morda o chão até sangrar raízes,
desenhe veias de enxurrada no dorso das cidades.
Mas nada dilacera a matéria
como um poema que nasce no ventre do silêncio,
tão quieto que o universo se inclina para ouvir.
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