Cursou sobre ventos,
mas nunca os teve nos ossos.
Mediu tempestades sem desabar,
despiu nuvens sem se molhar.
Nunca sentiu o peso de uma brisa na nuca,
o fio de ar a cortar a pele no entardecer.
Sabia os nomes das correntes,
mas nunca os teve na língua.
Faltava poesia.
Faltava partir sem destino,
deixar-se levar sem mapa,
perder-se sem querer voltar.
O vento rodeou.
O vento passou.
Ficou.
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