nenhum nome pesa na língua.
nenhum nome finca raízes.
o que sou desmancha antes de ser.
escadas descem sem corpo.
o templo dorme sob os pés.
a cidade abre os olhos sem me ver.
cada passo apaga pegadas.
cada sombra dissolve antes da luz.
não sou ausência.
sou vento que nunca ficou.
os sonhos chegam sem tocar,
vestem-se de névoa, partem sem rastro.
rostos escorrem como rios,
olhos são margens sem memória.
a verdade não me pede nada.
o tempo não me guarda.
o anonimato veste-me sem costura.
e sigo, sol adentro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário