Oh, mas que espetáculo risível! Roubaram-te a locomotiva
solar, essa tragédia de proporções cósmicas.
As tuas metáforas, coitadas,
esfarelaram-se em pó... Não, não um pó encantado, mas a poeira banal de um ego
despedaçado. E esses beijos punitivos? Dramáticos a tal ponto que até as
árvores, pacientes por natureza, já terão desistido de suportar tamanha
insensatez.
Agora pretendes equilibrar-te na loucura e fazer ressoar
campainhas nos três reinos, como se fosses maestro do vazio? És tão desafinado
que até o silêncio se nega a acompanhar-te, preferindo o exílio à tua melodia
desorientada.
Bravo, poeta! Aplaudamos este naufrágio de intenções,
enquanto os espectadores, cúmplices insólitos deste teatro de desatino, riem
silenciosamente do mar onde encalhou a tua imaginação.
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