lugar onde o toque é só presságio,
tremor de pele que nunca se dá.
algo arrasta-se sob a pele da água,
não tem nome, mas morde.
desejo suspenso,
silêncio a rasgar poros,
roçando o corpo e negando o toque.
respiro como quem engole o fundo.
o ar rasga por dentro,
sabor de ferro e água antiga.
o mundo é ventre — e afundo.
o mundo é boca — e mordo.
quem respira primeiro?
o silêncio que pulsa,
ou a ausência que arde?
tudo espera no intervalo
entre sopro e arrepio,
onde o instante hesita,
e o mundo, por um segundo,
é só desejo preso na língua.
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