se a cinza toca o vento,
o que sobra é fogo ou sombra?
o verbo esquece a boca que o disse,
mas não o mundo que o escutou.
se a carne fenece antes da palavra,
como pode a morte ser ponto?
as águas que nunca viste
já cantavam teu nome
antes que o aprendesses.
e se ninguém o pronunciou,
como pode ter sido silêncio?
o que será de ti depois de morto?
o que sempre foste,
mas nunca soubeste dizer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário