Sou apenas o eco,
não a voz.
Sou a estrela que te observa,
mesmo quando não olhas para cima.
Sou o meio do caminho
entre a queda e o voo,
entre a partida e o encontro.
Não te chamo.
Apenas espero que te descubras
no reflexo da ausência.
Entretanto...
Fuja.
Sim, fuja...
mas não para longe.
Fuja para dentro,
onde os labirintos do teu ser
ainda desconhecem a saída,
e o centro se refaz a cada passo.
Fuja,
não como quem teme,
mas como quem não aceita limites,
como quem salta do abismo,
sabendo que as asas nascerão
no instante do voo.
Fuja dos muros de papel,
dos relógios que pesam nos pulsos,
do silêncio que finge ser paz.
Fuja dos roteiros já escritos
por mãos alheias.
Corte os fios invisíveis
que amarram teus pés ao previsível.
Mas lembra:
ao fugir, estarás também voltando,
porque aquilo que buscas
sempre te esperou
no lugar de onde pensaste escapar.
E se precisas de mais mistério,
corre,
mas nunca de ti mesma.
Então... para onde fugiremos agora?
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