"AcoRda CaoS"

queime os mapas,
o incêndio não pede permissão,
sopro que vem de outro tempo,
segredo que se dissolve na espera,
deslize dorsal irrepetível e único—
um arrepio longo.

abra os olhos e sinta
o que nunca foi visto,
vá além do jugo do impossível,
atravesse poentes invisíveis,
destrone a lógica,
rasgue a ordem escrita em pedra,
cante com a língua dobrada ao caos,
nome que ninguém lembra,
desdobre o véu que cai,
respire de novo o novo.

quebre os limites,
deslize sobre a explosão da escuta,
a música rói o silêncio contra o espelho,
ao soletrar versos pela boca.
seja absurda[mente] respiração,
na curva, dissolve-se líquida voz,
desacate o instante e os sentidos,
incendeie o fazer novo.

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