"Coexistência da Vox"

Persistirá o tempo mesmo sem o tic-tac.
Ocultar-se-á o abrigo, mas a essência da morada permanece.
Novos horizontes nascerão de ventres invisíveis.
Tecerá o divino sua trama, mesmo sem olhares a contemplá-lo.
Ousará a loucura encontrar poesia no absurdo.

Esquecer-se-á o amor do repouso, mas nunca do desejo.
Vazio será palco para o infinito que não cessa.
Indagações perderão as respostas, mas não o eco.
Renúncias se moldarão em novos começos.
Grande é o silêncio onde tudo dorme e tudo desperta.

Uma nova linha sempre haverá de ser escrita.
Louvará o Homem o nada, reconhecendo-se no tudo.
Absolutamente absorto e infindável.

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